terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Relatório Pedagógico


FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES  EM  TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ACESSÍVEIS
Módulo 2 - Introdução à Informática Acessível

Relatório das atividades do aluno usando Tecnologia Assistiva

Professor-cursista: Rosimeire Aparecida Machado

Formador: Edilma Machado de Lima

Tutor: Renata de Oliveira Giacomini

1. Aluno: Ericsson (nome fictício) {EVDOG}

Perfil do aluno: aluno com baixa visão acentuada, devido à Amaurose Congênita de Leber.
Nasceu em 2001, atualmente com 10 anos de idade, cursando a 4ª. Série, numa escola regular da rede estadual de ensino.
Tímido, inseguro, não se manifesta com estranhos, está escrevendo pouco nos cadernos, e quase não consegue ler o que escreveu.
Demonstra interesse pela aprendizagem, Informática, sente-se seguro próximo a colegas que tenha afinidade para viver novas experiências.

2. Descrição da atividade planejada pelo professor

A proposta é de implementar o uso da Informática, através do Sistema Operacional DOSVOX,  para favorecer o processo de leitura e escrita do aluno.
O objetivo é apresentar o DOSVOX como ferramenta para construção do conhecimento, desenvolvimento da escrita e leitura, forma de expressão e comunicação, estímulo à autonomia, autoconfiança, independência na realização das atividades escolares, e apresentar as possibilidades com o uso das tecnologias.
A dinâmica consiste em possibilitar ao aluno, através da síntese de voz do DOSVOX, praticar a escrita e leitura de forma autônoma; viabilizar o acesso às literaturas digitalizadas; aprimorar os conceitos matemáticos; contribuir para o bom desempenho escolar do aluno.
Nas atividades prévias, demonstrou grande interesse na contação de histórias. Exploramos seu interesse através de atividades com histórias digitalizadas: reconto, teatro com fantoches, etc., sempre com participação ativa do aluno.

3. Tecnologia Assistiva escolhida

 

A Tecnologia  Assistiva escolhida foi o Sistema Operacional DOSVOX 4.1.

4. Reflexão sobre a experiência:

a. Dúvidas, facilidades e dificuldades no manuseio da tecnologia por parte do aluno

Inicialmente, foi necessário fazer um treinamento de conhecimento do teclado, pois o aluno não havia tido contato com computadores. Superada esta etapa, o aluno demonstrou afinidade com a tecnologia, já conseguindo digitar palavras e frases. Esquecia-se com freqüência de pressionar a “barra de espaço”, preocupava-se em digitar o que constava na fala. As vezes, acionava simultaneamente por engano, as teclas de alternar janelas, fazendo com que a síntese de voz cessasse.
Explorou com entusiasmo histórias nos formatos de texto e áudio, demonstrando grande criatividade no reconto escrito no editor de textos e na representação deste no teatro de fantoches.
As teclas de atalho do DOSVOX foram ensinadas aos poucos, relembrando sempre que necessário.

b. Análise da produção do aluno:

O aluno mostrou-se muito receptivo ao trabalho desenvolvido, demonstrou grande afinidade com o uso da Informática.
Inicialmente, procedeu-se exercícios de exploração do teclado, posicionamento das mãos, através dos jogos, especialmente o “Letravox”. Em seguida, introduzimos atividades no editor de textos, com digitação de palavras e frases, para familiarizar-se com o aplicativo. Apresentamos ao aluno a literatura digitalizada, nos formatos texto e áudio, solicitando produção de textos escritos baseados nestas.
Apresentou ganhos expressivos na escrita e leitura através do computador, demonstrou grande interesse nas histórias. Houve melhora na comunicação e interação com colegas e pessoas que não lhe eram familiares.

c. Conclusões:

O uso da Tecnologia Assistiva – TA, através do Sistema Operacional DOSVOX, trouxe ganhos à escrita e leitura, viabilizando o contato com diversificada literatura digitalizada, trazendo-lhe informação, conhecimento e distração.
Preocupou-nos a indecisão da nova escola sobre qual abordagem adotar em relação ao aluno: cegueira, através da introdução do Código Braille, ou baixa visão, produzindo material adequado. Está nesta nova escola desde 2010. Não realizamos avaliação funcional da visão pelo fato do aluno estar num processo de reavaliação oftalmológica. Optamos por aguardar o relatório com as orientações e recomendações do oftalmologista.
Outra preocupação foi a identificação da perda de ganhos do aluno, de acordo com relatórios anteriores do CAP de Uberaba, em relação à escrita e aos conceitos matemáticos. Esperamos que com o uso da TA possamos recuperar o que foi perdido e viabilizar uma participação efetiva do aluno nas atividades escolares.
Concluímos, ao ler os relatórios vindos da antiga escola e do CAP, que houve perdas para o aluno com a mudança de escola. Apesar da atual escola possuir uma sala de recursos multifuncional, a profissional não está sabendo lidar com a deficiência visual, ocasionando desmotivação e faltas freqüentes do aluno. É urgente que seja dado ao aluno o atendimento adequado, motivando-o e sincronizá-lo com o restante da turma.

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